Umas horas passam desde a "aprovação" doNext Generation EU- um plano que tem muito de ambicioso quanto de delirante.
Porquê? Prioridades, digo.
Começo pelo célebre: “Não dá para agradar a gregos e troianos”. De facto até dá, veja-se que todos saem muito contentes da Cimeira que quase destronou Nice. Mas eu e muitos, não estamos. Concederam-se milhares de milhões em “rebates”, não estou a referir-me aos ditos frugais, mas sim em áreas que diziam (todos) ser estratégicas e nucleares para a União.
Horizon, InvestEU, Just Transition Fund, Rural Developmente até mesmo o RescEUficaram com os seus programas em desconto, a preço de saldo. Então o Health EU? Onde está? Pois, não está, eclipsou-se, ficou como mero apontamento, de duas linhas, nas 66 páginas que “fazem” o Programa Europeu. No momento em que mais se fala de saúde, proteção à mesma, investimento, zelo e dedicação dos profissionais de saúde, onde para a ambição da União na saúde dos seus cidadãos europeus?
Vamos ao RescEU? Então vamos. Quando nem há muito tempo se questionava a solidariedade europeia para o envio de ajuda de emergência a Estados-membros, devido a crises sanitárias com o COVID-19, ou o que conhecemos tão bem, todos os verões, os incêndios florestais, eis que até o envolope financeiro adstrito a essa rubrica leva um corte de 100 milhões. Uns dizem que é residual, mas eu digo que não é. Um programa que ainda está coxo, com uma série de dificuldades para utrapassar, inclusive a falta de meios aéreos, não pode ser bom pronuncio o corte feito. Para um Programa que cito: “criar reservas de equipamento estratégico para fazer face a emergências sanitárias, incêndios florestais, incidentes de natureza química, biológica, radiológica ou nuclear, ou outras emergências graves.”, tem de ter o melhor equipamento, as melhores pessoas, as melhores práticas. Para isso, é preciso investir.
Ficou esquecido, como tantas rubricas e dotações orçamentais, nesta cimeira, em que se discutiu tudo, inclusive o diz que disse, mas não se discutiu o futuro que queremos para esta União. Pelo caminho, ficámos a saber que a prestação de contas da atividade política nacional, sendo ou não referente ao destino das dotações que nos cabem, ficará mais díficil.
Bem, nem sei bem por onde começar, já que existe tanto para dizer e não queria ocupar o teu tempo com futilidades. Não, mas não são futilidades, mas sim violência, e mortes, passadas, em loop, um sem número de vezes, de forma ininterrupta, como de um filme de Hollywood se tratasse. Sim, sim, estou a falar da televisão que tão bem conheces, e a qual já teve tantas horas, por certo, sintonizada na tua casa. Essa mesma.
Passou, quase uma semana, desde mais um ataque bárbaro contra a liberdade de um povo, e repare-se já não existe “Je suis Charlie”. Porque será? Ficará para outro dia. Um ataque que podia ser em qualquer parte do mundo, porque, hoje já nada é seguro. Foi na Nova Zelândia, um país amigo, um país que não tem medo de dizer: eu aceito as diferenças e as virtudes das várias culturas que compõem o mesmo. Um país, multicultural que recebe todos de igual para igual.
Voltando ao tema: Podemos nós, enquanto cidadãos, rejeitar liminarmente as linhas de orientação de um órgão de comunicação social? Podemos e devemos fazê-lo! Não é possível, compactuar, com linhas editoriais sanguinárias que norteiam alguns OCS. Não podemos dar cobertura a tais atos, e dar cobertura é fazer exatamente aquilo que alguns fizeram no passado dia 15 de março, com o “terror em direto”.
Vamos fazer melhor que estes supostos órgãos de comunicação social? Estou a contar contigo!
O que fazer a uma situação que, Continente para Continente, Região para Região, continua a matar à fome dezenas, centenas, milhares, milhões de pessoas?!
O que fazer a uma questão à qual os extremos mais hediondos da sociedade se agarram como carraças, e juram a pés juntos que os migrantes, esses, são o principal problema do primeiro mundo?!
O que fazer aos países destas mesmas gentes, sim esses, que completamente destruídos estão, desprovidos de tudo o que hoje é, o mais essencial numa sociedade, como água ou eletricidade, e até mesmo a Internet. Locais onde não existem escolas, um instrumento sine qua non para a democracia, e liberdade de expressão dos povos ?!
O que fazer a regimes totalitários, de onde vêm a esmagadora maioria dos migrantes, e que completamente desfasados estão, do avanço mundial em novas oportunidades da elevação do ser humano enquanto sujeito contribuidor para esta aldeia global, e onde nesse mundo novo, existe a tão aguardada liberdade. Liberdade de, como eu o estou a fazer aqui agora, de dizer o que penso sobre qualquer e determinado assunto, sem medo, sem receio de que esta minha ação coloque em causa a minha segurança ou a daqueles que me são próximos?!
É este o panorama do mundo! Julgava que após 2 Guerras Mundial, e outras tantas regionais, bem como a Guerra Fria, tivéssemos bem patente que existem loucos à procura de fazer o mundo arder, simplesmente pelo prazer de o fazer. Assim, continuaremos a ter, infelizmente refugiados, os quais devemos proteger, ajudar, orientar. No fim de contas somos subscritores da Carta Universal dos Direitos Humanos, e se isso não vale de alguma forma, o que valerá? É nosso dever ajudar, mesmo que a situação de Portugal, não seja a melhor, para muitos, mesmo muitos cidadãos nacionais. Temos o direito e o dever de ajudar, quem nos procura e quem não nos procura! Isso é ser Português!
Porque continuamos a ter Bolsonaros, Trumps, Salvinis , Dutertes. Se não estivermos atentos, teremos qualquer dia, uma coisa equiparada neste pequeno país, mas grande em história e em saber fazer. Portanto, agarrem-se à história e ao prestígio deste grande país, que outrora já foi de facto dono e senhor dos mares deste mundo, e não deixem que isso aconteça! Porque todos somos poucos, para o enorme desafio que a sociedade mundial tem pela frente! Mas juntos somos mais fortes!
A vitória de Emmanuel Macron, novo presidente francês, não representa de longe a derrota dos discursos da extrema-direita encabeçada por Le Pen. Representa, isso sim, um enorme passo face a resultados anteriores e abre caminho a um novo paradigma no sistema político francês.
O voto em Macron, foi como que o último recurso, ou seja, a derradeira oportunidade para o sistema político tradicionalista se encontrar (deixar-se de desvios e casos melindrosos) e levar a que seja cumprido um único objetivo e aquele que verdadeiramente interessa: A Defesa dos Interesses do Povo.
Caso Macron seja bem-sucedido na implementação do seu programa, e esse programa responda de forma clara às necessidades do povo francês, mais especificamente nas zonas rurais (onde Le Pen teve alguns bons resultados), e onde coincidem focos de desemprego, pobreza e um baixo nível de educação, e são uns dos motivos para as baixas expectativas face ao futuro, então Macron e o natural establishment enraizado na Europa terão razões para sorrir.
Se Macron não corresponder às exigências do povo francês, aí teremos de novo o fantasma da extrema-direita, mas dessa vez mais vivo e presente, e disposto a vencer e a governar o país.