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MMnotes

Uns escritos

O mesmo de sempre!

por Marco, em 19.06.17

O mesmo de sempre.

A mesma floresta ardida.

Os mesmos discursos.

O mesmo show-off televisivo.

Sempre o mesmo...

 

Há, sem dúvida, algo a fazer! Será que o dispositivo de proteção civil é suficiente? Será que as Câmaras estão a fazer o seu trabalho? Será que a população devia fazer mais na defesa dos seus bens e da sua própria vida?

 

Tantos “ses” para um flagelo nacional, muito importante para ser esquecido quando chega o fim do Verão.

 

Ano após ano, há um ciclo de repetição sem fim. Chega o fim do Verão e a preocupação é o regresso às aulas, depois é o São Martinho, logo depois seguido pela época de falsas esperanças (sim, o Natal, onde há cada vez mais pessoas que tem tão pouco), depois temos o ano novo e as suas respetivas ignóbeis resoluções, depois temos o frio e chuva que tarda em passar, depois o Carnaval, depois a Páscoa, depois os primeiros raios de sol e as idas à praia. Sim, e no fim, os incêndios! Sim, passa-se um ano quase inteiro a pensar em tudo menos na prevenção dos incêndios, nas necessidades dos bombeiros (que são mais que muitas). Sim, os bombeiros. Aqueles homens de vermelho, que fazem o que podem, na nossa defesa e segurança. Sim, a segurança que pomos em risco quando de forma negligente​ não limpamos as faixas de combustível fino à volta das nossas casas.

 

Apontamos os dedos, aos bombeiros, à proteção civil, quanto à inexistência do apoio de meios aéreos. Para quê? Temos conhecimento técnico suficiente, para que de forma totalmente irresponsável dizer, que faltam meios aéreos no combate às chamas, quando são os próprios pilotos que afirmam que em certos momentos é totalmente impraticável o combate direto por parte de helicópteros ou aviões devido a tetos de fumo e outras condicionantes.

 

Depois temos na classe jornalística portuguesa, exemplos do deplorável show-off televisivo, que, numa estratégia de pânico generalizado, partem para acusações, notícias falaciosas, peças jornalísticas que envergonham qualquer um de nós. Já era tempo de rever essas linhas editoriais. Não vale tudo!

 

Fala-se, por estes dias da Força Áerea, que devia combater, com os meios que não tem (sim, os C-130, não estão capazes para responder a esse desafio), os incêndios florestais. Mas isso resolve o problema que temos, que é a nossa desorganizada floresta?

Sim, a nossa gestão florestal deixa algo a desejar! Nas estradas não temos faixas de segurança e temos arvores à beira da estrada, não temos aceiros suficientes (aqueles caminhos por dentro da floresta), não temos vigilância estruturada e capaz em todo o território nacional, já não temos guardas florestais,… Não temos nada e no entanto continuamos a apontar o dedo! Somos ótimos a fazer isso!

 

Nem mesmo o mais capaz dispositivo, leia-se milhares de bombeiros voluntários pagos a menos de 2€ à hora, é capaz de reagir a mais de 150 ocorrências em todo o país. É humanamente impossível!

 

Pede-se a demissão, a cabeça, deste e daquele responsável, só porque temos que encontrar a quem apontar o dedo, quando na verdade, os culpados disto somos todos nós, sem exceção.

 

Há tanto mais a dizer! Para o ano, novamente: O MESMO DE SEMPRE!

 

Triste povo este!

 

Por Marco Maia, 19/06/2017